Os dois presos da Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm) que costuraram os lábios na segunda-feira resolveram acabar com o protesto às 23h desta quarta-feira. A decisão ocorreu depois de uma conversa entre os detentos e o delegado substituto da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), Julio Cesar Bolzan.
_ Ouvi as reivindicações deles e os convenci que não caberia à Susepe conceder o que estavam pedindo. Eles se conscientizaram e descosturam boca_ afirma Bolzan.
Segundo o delegado, os presos reivindicavam horário diferenciado de acesso ao pátio e transferência para qualquer outro presídio do interior do Estado porque se sentiriam ameaçados por outros detentos. A Susepe nega qualquer tipo de ameaça.
Bolzan também informou que, apesar de estar com uma linha entre os lábios, os presos conseguiam se alimentar aos poucos e não estavam fracos nem debilitados.
Os presos continuam na mesma cela _ no módulo 2 da galeria A. Até o final da manhã desta quinta-feira, eles devem passar por novas avaliações na enfermaria da Pesm além de receber atendimento de uma psicóloga.
Um dos detentos tem 32 anos e veio transferido de Santiago em 2010. Segundo o vice-diretor da Pesm, Paulo Afonso Rodrigues, ele já é conhecido por adotar essa atitude toda vez que pretende negociar. Desta vez, seu pedido de transferência foi negado já que ele cumpre prisão preventiva por suspeita de participar de assaltos.
O segundo detento, de 36 anos, está preso desde junho do ano passado suspeito de ter matado a mãe adotiva em Santa Maria.
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